Algumas Frutíferas Tropicais e a Salinidade
A Fruticultura é uma das atividades agrícolas mais diversificadas em todo território brasileiro. Há regiões onde as condições climáticas e de altitude não permitem o cultivo de algumas frutíferas tropicais e outras onde, quase sempre, tais frutíferas sequer sobrevivem. Há também aquelas que produzem em qualquer parte do país, algumas exploradas ainda em regime de sequeiro ou condições naturais de umidade do solo, e outras, sob condições irrigadas. As frutas mais comercializadas nas centrais de abastecimento do Nordeste em 1999 foram: banana, laranja, mamão, pinha, goiaba e graviola. Percentualmente, 960 em cada 1.000 pessoas preferem banana, laranja e mamão, e 52% da preferência foi para pinha, goiaba e graviola. A região Nordeste possui condições edafoclimáticas compatíveis com o desenvolvimento e a produção da fruticultura tropical. Essa verdade é parcial; a exploração é dependente da irrigação. A natureza física e química dos solos, a radiação solar, a temperatura e a umidade relativa do ar é realmente adequadas. Porém as condições pluviométricas, na maior parte da região, nem sempre. Outra limitação é a elevada temperatura do ar, que aquece a superfície do solo ao ponto de elevar drasticamente as perdas de água por evaporação. Esse fenômeno pode acelerar o processo de salinização, afetando a qualidade edáfica e a capacidade produtiva das terras. As frutíferas, quanto à salinidade, não se ajustam osmoticamente aos meios fortemente salinos. Particularmente a bananeira e o maracujazeiro são considerados sensíveis, a goiabeira moderadamente sensível, a gravioleira, o mamoeiro e a pinheira ou fruta do conde são plantas moderadamente tolerantes aos efeitos adversos dos sais. Os aspectos da salinidade para a produção estão também relacionados à qualidade da água de irrigação das áreas semi-áridas. Diante das situações, particularmente no Nordeste, percebe-se a necessidade do monitoramento da qualidade da água, do transporte dos sais que a irrigação pode levar ao solo e do comportamento dessas e de outras frutíferas à salinidade. Essas atividades constituem parte das técnicas de prevenção contra os perigos da irrigação aos incrementos de produtividade e qualidade da produção, com ênfase nas áreas semi-áridas. (148 pag)
Autor: Lourival Ferreira Cavalcante e Ely Martins de Lima
Editora: FUNEP